Dois anos para a paz

Postado por IASD CARMARY / sexta-feira, março 19, 2010 0 comentários

Quarteto pede que Israel freie colonização e dá prazo de dois anos para a paz

Grupo apelou a palestinos para que não atrapalhem negociação.
Reunião em Moscou ocorre após crise diplomática entre Israel e EUA.

Do G1, com agências internacionais

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O Quarteto para o Oriente Médio, grupo diplomático que tenta negociar a paz entre israelense e palestinos, estabeleceu nesta sexta-feira (19) um prazo de 24 meses para que Israel e a Autoridade Palestinas cheguem a um acordo.

O grupo também pediu que Israel congele todos os assentamentos e que os palestinos não tomem medidas que possam prejudicar o começo das negociações. O resultado da reunião foi transmitido pelo secretário-geral da ONu, Ban Ki-Moon, após reunião em Moscou.

Jovens palestinos jogam pedras contra policiais israelenses durante protesto nesta quinta-feira (18) em posto de fronteira com Israel próximo a Ramallah, na Cisjordânia.

O Quarteto é formado por EUA, Rússia, ONU e União Europeia. Ele reuniu-se por conta da crise provocada na semana passada por Israel, ao anuncia a expansão dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, medida repudiada pelos palestinos e pela comunidade internacional e considerada um empecilho para a paz na região.

"O Quarteto acredita que as negociações deveriam levar a um acordo negociado entre as partes dentro de 24 meses", disse Ban.

"Pedimos ao governo de Israel que congele toda sua atividade para a construção de assentamentos, desmantele todos os assentamentos construídos desde março de 2001 e se abstenha de demolir edifícios e de desalojar moradores de Jerusalém Oriental.

Ban adiantou que o acordo acabaria com a ocupação israelense iniciada em 1967 e terminaria com a criação de um Estado palestino independente, democrático e viável, que viveria ao lado de Israel e dos outros vizinhos com paz e segurança.


Ban leu um comunicado no qual os membros do grupo "reafirmam que as ações tomadas unilateralmente por cada parte não poderão prejudicar o resultado das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional".

A declaração também manifesta preocupação com a situação de Gaza.

"O Quarteto está profundamente preocupado com a contínua deterioração em Gaza, incluindo a situação humanitária e dos direitos humanos da população civil, e insiste na urgência de uma solução duradoura à crise de Gaza".

Palestinos celebram

A Autoridade Palestina comemorou a declaração do Quarteto para o Oriente Médio e expressou a esperança de ver o pedido concretizado na prática.

"Celebramos o comunicado e pedimos ao Quarteto que transforme seus comunicados em mecanismos vinculantes para que Israel cumpra com seus compromissos e, em particular, interrompa todas as atividades de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", declarou à AFP o principal negociador palestino, Saeb Erakat.

"Também gostaríamos que o Quarteto criasse um mecanismo de vigilância para ter a certeza de que Israel interrompeu totalmente as atividades de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", completou Erakat.

A reunião ocorreu sob tensão, após o fracasso das negociações indiretas de paz e da crise de confiança entre Israel e os Estados Unidos.

Apesar dos obstáculos, incluindo os disparos de foguetes da Faixa de Gaza que mataram na quinta-feira um agricultor no sul de Israel, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, confia em uma solução negociada.

Estados Unidos e Israel atravessam uma crise de confiança após a administração Barack Obama criticar a decisão israelense de construir novas casas no setor oriental anexado de Jerusalém.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ligou na quinta-feira Hillary Clinton, que esperava esclarecimentos de Israel sobre as novas construções em Jerusalém Oriental.

Clinton havia telefonado para Netanyahu, na semana passada, para manifestar seu descontentamento com a decisão de se construir novas casas no leste de Jerusalém.

O emissário americano George Mitchell retornará à região para conversar com Netanyahu e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

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