ADRA está alerta por causa de chuva no Rio de Janeiro

Postado por IASD CARMARY / quinta-feira, abril 08, 2010 0 comentários

Rio de Janeiro, RJ ... [ASN] Um caos. É assim que moradores do Rio e região metropolitana definem a situação que vivem por causa dos estragos causados pela chuva que cai desde o final da tarde de segunda-feira. Em Niterói, por exemplo, Marly Marília Figueiredo, 19 anos, saiu da faculdade na segunda-feira por volta das 23 horas e embarcou em um ônibus para voltar para casa. Mas Marly não voltou. O ônibus ficou parado numa rua com outras centenas de veículos. Cerca de dez passageiros passaram a noite no ônibus, que ficou estacionado na rua Mariz e Barros, acima da rua onde Marly mora. “Foi horrível. Eu estava tão perto de casa, mas não tinha como ir embora. A gente não podia sair do ônibus porque o nível de água na rua estava muito alto. A gente esperava que ele baixasse, mas isso não acontecia, porque chovia cada vez mais.” Marly chegou em casa somente na terça-feira, às 8 horas. Até às 16h37min, o número de mortos passava de 100.
Passar a noite no trânsito, por não conseguir voltar para casa depois do trabalho ou da escola, foi uma experiência que muita gente viveu nesse início de semana. Na rua Sete de Setembro, em Icaraí, um dos bairros nobres da cidade, onde Marly mora e onde está a sede da União Este, carros ficaram parados, imóveis, a noite toda e foram abandonados, com água até o meio dos vidros. Mais de 24 horas depois que a água baixou, muita lama pinta o asfalto das ruas do bairro, onde também houve deslizamento de terra.
Em muitos bairros, morros e encostas vieram a baixo, arrastando tudo o que havia pela frente. No Fonseca, um dos maiores bairros de Niterói, pessoas viveram horas de desespero. Casas foram destruídas e pessoas foram soterradas. “Vi uma senhora, a filha e os netinhos mortos. A casa deles foi invadida pela lama de madrugada, enquanto eles dormiam. Todos morreram. Outras casas ficaram debaixo da terra, e ainda existem pessoas lá, mas os bombeiros suspenderam as buscas no final da tarde de ontem por causa da chuva”, Maria Antônia Rocha da Silva, membro da igreja do Fonseca, conta sobre o drama que viveu ao ver seus vizinhos mortos ou desabrigados. “Passamos o dia tirando o barro que está entrando no quintal da minha casa, e dormimos na casa de um parente, que era mais segura. Agora estamos esperando a Defesa Civil ir em casa para avaliar a situação, para ver se a gente pode continuar morando lá”, ela diz.
Hoje à noite, nos Cultos de Oração, cada igreja da região vai começar a fazer arrecadações para ajudar essas pessoas que perderam tudo. “Vamos arrecadar alimento, roupas, sapatos, lençóis, cobertores, colchões, fogões, geladeiras, enfim, tudo. Precisamos de tudo para ajudar essas pessoas que não tem mais nada, nem casa para morar”, diz Valmor Ricardi, que lidera a ADRA no Sudeste. Neste sábado, os departamentos da ADRA, Desbravadores e Ministério Pessoal vão mobilizar os membros a saírem às ruas para arrecadar tudo o que conseguirem. As arrecadações vão ser distribuídas no domingo seguinte, mas durante a semana a campanha vai continuar. Depois faremos mais um mutirão no outro sábado e mais uma distribuição no domingo seguinte. “Cada pastor está sendo instruído a fazer um levantamento nos bairros onde estão nossas igrejas e bairros vizinhos. Eles vão saber quem são as famílias necessitadas e em que situação estão. Também estão entrando em contato com a Defesa Civil para detectar as zonas de maior impacto e oferecer ajuda. A Defesa Civil já sabe que pode contra com nossa ajuda”, explica Ricardi. Neste primeiro momento, a ADRA vai ajudar as famílias afetadas com arrecadações que tem em estoque do Mutirão de Natal.

Quem quiser ajudar as pessoas que estão sofrendo com as consequências da chuva no Rio e região metropolitana pode fazer suas doações nas igrejas ou se informar com seu pastor sobre como ajudar mais.

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