Estudante adventista de direito apresenta trabalho sobre liberdade religiosa

Postado por IASD CARMARY / terça-feira, junho 29, 2010 0 comentários

Fernanda, estudante de direito no MaranhãoSão Luís, MA ... [ASN] O ano de 2009 foi marcado por muita polêmica em torno dos direitos de crença dos pré-universitários observadores do sábado. Eles, ansiosos, não sabiam se poderiam fazer a prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio), do Ministério da Educação, marcada para o primeiro fim de semana de outubro. Sem a nota dessa avaliação, o sonho de cursar o ensino superior ficaria mais difícil, tendo em vista que muitas universidades passaram a incorporar o resultado do Enem ao seu processo seletivo.

A expectativa foi minimizada por causa da Constitucionalização da Liberdade Religiosa, que garante a cada cidadão o direito de expressar e vivenciar seus valores e fé. No entanto, os alunos que observam o sábado como dia sagrado, após entrarem na universidade, enfrentam outro desafio: o de convencer seus professores e coordenadores do seu direito de não cumprir com os requisitos escolares nas horas sabáticas.
Foi essa dificuldade que Alda Fernanda Sodré Bayma Silva, formanda em Direito na Universidade Federal do Maranhão, sentiu durante o curso. Ela conta que os professores duvidavam de seu aprendizado por causa de suas faltas às aulas dos sábados. Fernanda relata que alguns “professores que afirmavam que ela nunca conseguira se formar, pois tinha matérias especificas somente aos sábados”.
Neta de adventista e filha de advogado, Fernanda não desistiu de seu objetivo. Passou a orar mais a Deus e a se dedicar de forma mais atenciosa às matérias lecionadas aos sábados. Durante o curso ela foi se destacando, chegando a receber o titulo de melhor aluna da universidade.
Nesta terça-feira, 22 de junho, Fernanda apresentou seu trabalho de conclusão de curso defendendo a estudo A Constitucionalização da Liberdade Religiosa enquanto Direito Fundamental. Sua apresentação abordou os argumentos religiosos e de jurisprudência favoráveis à garantia dos direitos de liberdade de crença dos guardadores do sábado.
A explanação durou 20 minutos e foi analisada por uma banca formada por três peritas e doutoras em Direito. Fernanda, com segurança, respondeu à enxurrada de indagações pelas avaliadoras. No fim da apresentação, sua expectativa era por ouvir a nota final.
Fernanda trabalhou nesse projeto por dois anos. Sua orientadora foi Cláudia Maria da Costa Gonçalves, bacharel em Direito, especialista em Metodologia do Ensino Superior e mestra em Políticas Públicas pela UFAM, tornou-se doutora na mesma área na Faculdade de Direito de Lisboa, onde cursa o pós-doutorado. Curiosamente, foi a professora Cláudia que, no começo do curso, duvidou se Fernanda conseguiria cumprir os requisitos acadêmicos, caso insistisse na guarda do sábado. Porém, depois de a professora ver o desempenho escolar de Fernanda, decidiu orientar seu trabalho.
Sem muita demora, a banca avaliadora resolveu: nota dez. Ao perceber o quão impressionadas as avaliadoras ficaram com seu trabalho, Fernanda não perdeu tempo, e presenteou as pesquisadoras com o livro Tempo de Esperança, cuja temática é a guarda do sábado.

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