De acordo com um estudo publicado nos Estados Unidos, a hepatite C já mata mais do que a Aids no país. Esta semana, o assunto foi um dos mais pesquisados no Google aqui no Brasil. Grandes veículos de comunicação também tem abordado o tema e dado orientações sobre a doença silenciosa que pode causar danos irreversíveis a saúde, sem que a pessoa perceba.
Você sabe identificar a hepatite? Sabe quais cuidados tomar para não ser infectado pela doença?
A Rádio Novo Tempo entrevistou a médica Kátia Siqueira, que é infectologista do Hospital Adventista de São Paulo. Kátia falou sobre as características da hepatite e como se prevenir dela.
Ouça essa entrevista aqui:
Rádio Novo Tempo – O que é hepatite?
Kátia Siqueira - Hepatite é uma agressão ao fígado. Às vezes ocasionadas por alguns produtos até mesmo medicamentosos e outras vezes causada por vírus. Que são os vírus que tem uma preferência pelo fígado. Hoje os mais conhecidos são o A, B e C, mas também temos o vírus D e o vírus E, esses últimos são menos estudados.
“O número de pessoas doentes por hepatite B no mundo é extremamente elevado, são milhões e milhões de pessoas. O problema não é quando você tem um quadro clinico de doença. O problema é quando você não sabe que o vírus existe em seu organismo,mas ele está lá, silencioso. Ele pode causar uma doença muito mais grave depois de 10, 20, 30, até 40 anos dentro do organismo.”
Rádio Novo Tempo – Quais são as diferenças entre os vírus A,B, C, D e E?
Kátia Siqueira - O vírus A, que antigamente se chamava hepatite infecciosa, que geralmente acontece na criança ou no adulto jovem, porque é um vírus de transmissão aérea, ele é transmitido pela saliva, pelos alimentos contaminados, quando a criança põe um brinquedo na boca e o outro também brinca. A criança geralmente tem menos higiene quando vai ao banheiro e então ela pode se contaminar dessa maneira, e ai essa hepatite costuma ser muito exuberante, ela costuma apresentar um quadro em que a pessoa fica adoentada, com febre, indisposta e com os olhos amarelos, que é a icterícia. Apesar de ela ser muito exuberante e dar muitos sinais e alterações nos exames de laboratório, ela não é considerada muito grave, na grande maioria das vezes, a pessoa tem o quadro, fica adoentado durante uma semana, duas ou até mais, o único tratamento é o repouso, não existe nenhuma medicação especial. A única recomendação é o repouso e uma medicação para o mal estar e para a febre, se a pessoa tiver febre e ela se recupera totalmente, isso na grande maioria dos casos.
A hepatite B e a hepatite C, elas podem ter uma transmissão por transfusões e por objetos contaminados como seringas compartilhadas, instrumental dentário, instrumental cirúrgico e outros que não tenham sido devidamente esterilizados.
A hepatite B tem uma grande incidência na transmissão sexual, por isso que hoje ela é mais comentada.
Rádio Novo Tempo – Quais os sintomas comuns entre os tipos de hepatite?
Kátia Siqueira - A hepatite quando acontece, o quadro clinico geralmente é indisposição, com febre um pouco elevada, a pessoa não tem vontade de comer, às vezes fica com os olhos amarelos e a urina mais escura, mas isso não é obrigatório acontecer sempre porque para você ter uma ideia na hepatite B, arredondando números, de 100 pessoas que entram em contato com o vírus, 10 vão ter o vírus presente no organismo causando alguma doença. Falando assim parece pouco, porém, como é uma doença de transmissão sexual, às vezes ela não mostra o quadro clínico. O número de pessoas doentes por hepatite B no mundo é extremamente elevado, são milhões e milhões de pessoas e o problema não é quando você tem um quadro clinico de doença, tanto na hepatite B quanto na hepatite C. O problema é quando você não tem o quadro da doença, você não sabe que o vírus existe em seu organismo, mas ele está lá, silencioso causando uma doença de longa data. A gente chama isso de vírus longos, eles podem causar uma doença mais grave depois de muitos anos dentro do organismo, 10, 20, 30, até 40 anos a pessoa depois disso pode ter um quadro clinico recorrente de uma doença que foi adquirida a muito tempo atrás que ela nem sabe que tem no organismo dela
Rádio Novo Tempo – Como se prevenir?
Kátia Siqueira - Hoje todas as crianças saem da maternidade com a vacina da hepatite A e da hepatite B. São as duas únicas que a gente tem vacina hoje. Para a hepatite C não existe vacina. Agora a prevenção, além dos cuidados de higiene em geral, são os cuidados na transfusão de sangue, e praticar o sexo seguro.
Rádio Novo Tempo – Descobri que tenho hepatite. O que fazer?
Kátia Siqueira - Se a pessoa sabe que tem hepatite temos um acompanhamento clinico ou se ela tem dúvidas de que ela possa estar com hepatite, porque as vezes o diagnostico e feito porque ela vai fazer uma cirurgia e o medico cirurgião pede esses exames pré operatórios e descobre então que a pessoa tem um exame positivo para hepatite, geralmente essa pessoa é encaminhada para um especialista ou de fígado ou de doenças infecciosas e ai esse profissional vai verificar se realmente aquilo é uma doenças em atividade ou é apenas uma cicatriz no corpo de um contato que não está causando nenhum prejuízo.
Fonte (NovoTempo)
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