Não conhecemos seu nome, talvez porque assim podia ser um símbolo mais adequado do ser humano em geral. Era uma mulher maltratada pelas circunstâncias. Havia doze anos carregava em seu corpo em terrível mal. Ia perdendo sangue, dia após dia. O sangue é símbolo da vida, ou seja, esta mulher ia perdendo vida lentamente. Seus sonhos, seu futuro, seus planos, tudo se lhe escapava como areia por entre os dedos.
Naqueles tempos uma mulher com hemorragia não podia entrar no templo de Deus. Quer dizer que a mulher de nossa história havia pelo menos doze anos que estava separada da comunhão com os filhos de Deus. Pode haver um quadro mais patético para ilustrar a situação do pobre pecador, que vive afastado da igreja, porque o complexo de culpa o faz sentir-se indigno de ir ao templo e louvar o nome de Deus?
Doze anos é muito tempo. Qualquer hábito, qualquer vício, qualquer traço errado de personalidade aprofunda suas raízes, em doze anos. O pecado é algo sério. São quase seis mil anos de existência, ou sessenta séculos atormentando a humanidade, deformando a imagem de Deus na vida dos homens, mas Jesus veio à Terra, justamente para arrancar o pecado pela raiz. Jesus não quer curar só as coisas externas. Ele sabe que o grande problema humano é o coração e está disposto a curar o pecado pela raiz. Hoje Ele olha para nós e diz: “Filho, venha a Mim trazendo sua vida como está e não se preocupe se você está assim há dois, cinco ou vinte anos. Eu vim a este mundo para curá-lo e o farei com toda certeza”.
Aquela pobre mulher chegou a Jesus abrindo caminho em meio à multidão e com fé tocou-Lhe o manto. Não se sentia digna sequer de chamar a atenção do Mestre. Não se sentia ninguém. “Se tão-somente tocar-Lhe o manto, serei curada”, pensava, e o milagre aconteceu. Foi então que ouviu a voz maravilhosa de Jesus. “Quem Me tocou?” Jesus levantou os olhos para procurar alguém. Em meio a toda essa multidão e por mais que ela própria se considerasse indigna, Jesus a valorizou, lhe devolveu o senso de dignidade, o amor-próprio. Jesus parou porque a mulher era importante. Desprezada e rejeitada pelo seu povo, era para Jesus de um valor incalculável.
Esse maravilhoso Jesus não mudou, continua sendo o mesmo. Continua procurando pessoas que se sentem indignas, para fazer delas herdeiras do reino.
“Vai-te em paz e fica livre desse teu mal”, disse Jesus. Mas embora ainda não tivesse falado a Cristo, ela já se sentia curada, já acreditava que sua oração fora respondida. O pecado não tinha mais vez. A dor, o sofrimento e a vergonha tinham chegado ao fim. Ela era uma nova mulher. E tudo acontecera num segundo. Deus não precisa de mais tempo para operar um milagre.
Ele é Criador e é também restaurador. Conhecê-Lo e conviver com Ele, diariamente, deve ser o anelo mais caro de nosso coração. (Escrito pelo Pr. Alejandro Bullón)
fonte: NovoTempo
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